sábado, 8 de novembro de 2008

Critérios para uma acção educativa eficaz

Embora com algum tempo, estes critérios parecem-me bem actuais...

Normalmente colocam-se algumas questões a este respeito, que critérios devemos ter em conta quando procuramos a eficácia na comunicação educativa.
Como conseguir uma comunicação eficaz?
Que dimensões comunicativas resultam mais influentes no desenvolvimento do processo?
Que tipo de intervenção proporciona uma maior eficácia na comunicação educativa?
Como se melhora o processo de ensino-aprendizagem?

Fisher sintetizando várias posturas vigentes, refere quatro critérios:

1 – Eficácia entendida em termos de consecução de bons resultados, ou de incremento de resultados.
2 – Eficácia entendida em termos de correcta utilização de técnicas comunicativas adequadas.
3 – Eficácia entendida como adequação e outra(s) pessoa(s) com quem se comunica.
4 - Eficácia entendida em termos de funcionalidade da totalidade do sistema comunicacional, e não de um ou vários elementos individuais.

O primeiro critério refere-se ao êxito na comunicação educativa
- é um critério restritivo, demasiado pragmático;
- é mais adequado de um ponto de vista da comunicação instrumental – ofusca a dimensão relacional;
- apenas nos mostra os resultados, mas nada diz sobre o funcionamento do processo.

O segundo critério implica um profundo conhecimento do processo comunicativo em termos de uma escolha adequada e funcional de técnicas que sejam congruentes com as finalidades da comunicação.
- implica um conhecimento de técnicas de diálogo;
- de funcionamento das redes de comunicação;
- do uso de diversas linguagens e recursos mediáticos, etc.

O terceiro critério reflecte o grande desafio da comunicação educativa: conseguir relações interpessoais e intercâmbios informativos entre sujeitos muito diferentes entre si.
- trata-se da capacidade de adequar os campos experienciais dos interlocutores;
- implica que o professor ajuste o seu repertório ao dos alunos.
- a eficácia da comunicação estará na relação do grau de afinidade alcançada entre os comunicantes (adaptar a mensagem).

O quarto critério vem na sequência da capacidade de adequação referida atrás, mas dá apenas relevo às características pessoais dos comunicantes, como também às condições do contexto em que se desenvolve o processo.
- dá atenção à estrutura das relações formais (turma enquanto organização social) constituídas por normas e expectativas com origem noutros subsistemas (social, familiar, etc)

É a perspectiva conjugada destes quatro critérios que deve constituir o quadro referencial para uma comunicação educativa eficaz.
Os critérios devem realizar-se conjuntamente, isto é, não são exclusivos, pois só tem sentido falarmos de comunicação eficaz se são obtidos bons resultados, possíveis de serem alcançados com a utilização de técnicas de comunicativas apropriadas que proporcionem uma actuação diversificada, de adequação mútua e de adaptação aos diferentes contextos comunicativos.

Bibliografia
SILVA, Bento (1998), Educação e Comunicação, Braga: Universidade do Minho

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